sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O BEIJO


Guardo teu beijo, terno beijo, na lembrança.
No outono cinza, a despedida, último adeus,
como se foras, como foste, para sempre.
Amargurando o teu partir, fiquei com o beijo.
Quantos outonos se passaram desde então!
E aquele beijo... nem as folhas esqueceram,
no farfalhar, de relembrá-lo nas canções
brincando algures junto às brisas outonais.
Alma constrita, olhos perdidos no horizonte,
dou-me ao letargo dos impulsos lascivosos,
sozinho, ansiando o teu regresso, envolto em sonho.
Trago a utopia de uma espera que me vence;
sei que me entrego devagar ao meu destino,
mas na esperança da emoção de um novo beijo!
(Antonio Kleber)

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