Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar
neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer
flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste
e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força
estão
velando e rogando aqueles
que não se
levantarão...
Tu és a folha de outono
voante pelo
jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de
mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o
vento,
menos que as folhas do chão...
(Cecília Meireles)
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