domingo, 12 de maio de 2013

Desculpe, viu Mãe. ( Pe. Zezinho,scj )



            
Pelos pratos de sopa no seu peito,
            pelas colheradas no seu olho,
            pelos beijos sujos de chocolate,
            pelas golfadas de leite
            no seu vestido de  Missa,
            desculpe, mãe.
           
            Pelo seu vaso de flor preferido
            que eu quebrei,
            pela sua aliança que joguei no ralo,
            pelos sustos que lhe dei,
            um depois do outro,
            pelas noites que
            passei chorando e você acordada,
            desculpe, mãe.
           
            Pelas palavras malcriadas
            do adolescente que eu era.
            Pela ingratidão daquele dia
            em que a senhora
            pediu carinho e eu fugi.
            Pelas mentiras que eu disse,
            sabendo que a feria.
            Pelas vezes em que a achei chata
            por pegar no meu pé,
            desculpe, mãe.
           
            Por ter voltado menos vezes do que devia,
            por achar, totalmente,
            que não tinha mais nada
            a aprender com a senhora.
            Por não entender o seu processo de  envelhecimento,
            desculpe, mãe.
           
            Acho que nunca conseguirei entender o que é ter mãe.
            Felizmente, você sabe o que é ser mãe.
            E é por isso que olho para você e com um imenso "desculpe",
            grito feliz o meu "obrigado".
            Eu nem sempre soube ser filho(a),
            felizmente, a senhora nunca se esqueceu de ser mãe.
              

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