Pai, querido!
Eu quero ser criança, com todo o direito de ser criança.
Quero poder sorrir e quero, ao sorrir, ajudar o outro
a perceber que ainda há motivos para ter esperança.
Quero correr e, ao correr, ampliar os horizontes,
daqueles que não perceberam que, além das cercas,
há um tempo enorme, cheio de verde e de vida.
Um campo que é um convite a sair do lugar de sempre.
Quero rezar. E, ao rezar, sentir que não estou sozinha
e que nunca estarei.
Sentir que tua presença não me tira a liberdade,
Ao contrário, faz-me livre, porque me livra do mal.
Quero amar. E, ao amar, sentir-Te.
E, ao sentir-Te, fazer a diferença na vida de quem eu vier a amar.
Amar sem economias, sem barreiras, sem fronteiras.
Amar como em um voo leve, profundo, delicado, forte.
Amar com todas as ações e contradições do verbo amar.
Senhor, tenho tudo isso pela frente. E não é à toa que estou aqui.
E, um dia, quero poder olhar para trás e dizer: valeu a pena.
Cada lágrima derramada. Cada noite mal dormida.
Cada soluço. Cada aperto no peito. Cada riso ou gargalhada.
Cada mão estendida. Cada abraço...
Tudo valeu a pena porque fez parte de um caminhar.
Um caminhar difícil, fácil. Depende. De Ti e de mim.
Senhor! Que eu seja uma eterna criança.
Pronta para mais uma história, mais uma canção.
Cuida de mim, hoje, amanhã e sempre.
(Desconheço a autoria)